Investigados na Operação Voto de Cabresto são indiciados por quatro crimes
As investigações visaram apurar um grupo criminoso, acusado pela prática de inúmeros ilícitos eleitorais na cidade de Perdizes/MG. Na manhã desta quinta-feira, dia 29 de outubro, foi apresentado o resultado do inquérito da Operação Voto de Cabresto desencadeada no dia 16 de outubro de 2020. Em coletiva de imprensa o delegado responsável pela coordenação das investigações, Rafael Pereira Silva Gallo, da 7ª Delegacia de Perdizes; e Vitor Hugo Heisler, delegado regional da 2ª Delegacia Regional da PC em Araxá, apresentaram o que foi apurado.
Os dois assessores que atuavam na campanha do atual vice-prefeito de Perdizes, Vinicius Barreto, foram presos na cidade de Perdizes no dia 16/10/2020 e encaminhados para o Presídio de Sacramento onde permaneceram até o dia 21 de outubro, quando foi deferido o pedido de habeas corpus. O inquérito policial tem oito volumes. Durante as investigações mais de 30 pessoas foram ouvidas, aproximadamente 20 celulares e computadores foram periciados e, também, diversos documentos foram apreendidos pela PCMG.
Quanto aos 03 envolvidos presos temporariamente no dia da Operação Voto de Cabresto, sendo estes o vice-prefeito de Perdizes e dois assessores, foram devidamente intimados para serem ouvidos na delegacia, contudo não se apresentaram durante as investigações. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Rafael Pereira Silva Gallo, todos os elementos de informação colhidos durante as investigações demonstram que o vice-prefeito de Perdizes e os dois assessores, de fato, coagiam servidores comissionados para que apoiassem a candidatura do vice-prefeito ao cargo de prefeito de Perdizes nestas eleições municipais. Os materiais colhidos demonstram que, inclusive, nas eleições de 2018, o vice-prefeito de Perdizes também coagiu servidores para que apoiassem candidaturas de deputados estaduais de seu interesse, ameaçando-os de demissão e cobrando metas de adesivagem veicular.
Todos os eleitores identificados e que solicitaram materiais de construção para o vice-prefeito em troca de voto também foram indiciados por corrupção eleitoral (art. 299 do Código Eleitoral). Um ex-prefeito de Perdizes-MG, por negociar a doação de materiais de construção em troca de apoio à candidatura do vice-prefeito, também foi indiciado por corrupção eleitoral (art. 299 do Código Eleitoral).
O delegado responsável pelo caso também representou à Justiça pela prisão preventiva do vice-prefeito e dos dois assessores, visando preservar a ordem pública, posto que os envolvidos continuam a ter acesso à prefeitura de Perdizes/MG. Segundo o delegado, quanto ao vice-prefeito, o artigo 236 do Código Eleitoral veda a prisão cautelar de candidato desde quinze dias antes das eleições, o que pode gerar eventualmente, devido ao decurso do tempo, impedimento à análise do mérito da prisão preventiva em face do vice-prefeito.
Concluída as investigações, o inquérito será agora remetido para a Justiça, para eventual oferecimento de denúncia pelo Ministério Público de Minas Gerais em face dos investigados.