PC se manifesta sobre as torturas realizadas em duas vítimas por conta de suspeita de furto

 PC se manifesta sobre as torturas realizadas em duas vítimas por conta de suspeita de furto

Delegado de Crimes de Homicídios da Polícia Civil, Dr. Vinícius Ramalho de Lima – Foto: Diário Sintonia

Um caso que chocou a cidade pela brutalidade registrada durante o ato criminoso. Assim é classificado o homicídio praticado contra um homem de 31 anos devido a uma suspeita que ele teria furtado um carregador de bateria, avaliado entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. Classificada pela Polícia Civil como “infundada”, conforme disse o delegado de Homicídios, Dr. Vinícius Ramalho de Lima, nesta terça-feira, 28 de junho, à imprensa, o caso segue sob investigação da Polícia Civil que ouviu os dois suspeitos pelo crime feito à mando de um empresário do ramo de construção civil.

Além dos suspeitos, a Polícia Civil colheu o depoimento da namorada do empresário que se encontra foragido na cidade. “Ela estava presa como suspeita de alguma participação, mas após o trabalho da defesa, foi verificado que não tinha nenhuma participação. O que ela pode colaborar com as investigações ela colaborou, então ela foi liberada. Teve contato com ele como namorada e, por isso a suspeita. Ela agora é testemunha. Ela se assustou muito com tudo que aconteceu”, diz o advogado de defesa, Dr. Fabiano Melo.

Foto: Diário Sintonia

O delegado Dr. Vinícius revela mais detalhes sobre o ocorrido que atingiu também uma vítima de 37 anos internada gravemente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “Esse empresário teria contratado uma pessoa para trabalhar e ele suspeitou que esse indivíduo poderia ter furtado o equipamento de sua propriedade. Através dessa suspeita, ele, junto com esses dois homens também funcionários da empresa, localizaram o suspeito pelo crime de furto que vive praticamente em situação de rua, é usuário de crack e de bebida alcoólica nas proximidades da avenida João Paulo II. O levaram até o barracão dessa empresa e lá praticaram atos de tortura com ele. Basicamente o amarraram, o despiram, o agrediram, utilizaram de choques elétricos”.

Segundo Dr. Vinícius, esse homem teria apontado uma outra pessoa como autora de furtar supostamente o equipamento da empresa. “Também achamos isso como infundado. Eles retornaram com a primeira vítima até nesse local em que foi encontrada. Na tentativa de localizar a segunda vítima, ele conseguiu fugir, correu por toda extensão da João Paulo II, atravessou a rodoviária e foi sozinha através de um moto táxi para a UPA. Já essa segunda vítima (de 31 anos) foi levada até para esse mesmo barracão e submetida a esses mesmos atos de tortura. Segundo que apuramos, ela não resistiu aos ferimentos e veio a falecer. Esse corpo foi levado até a UPA na caminhonete de propriedade desse empresário da cidade. Levou, aguardou atendimento médico e não se furtou a ficar no local”, explica o delegado.

Foto: Diário Sintonia

Ele destacou que a investigação da Polícia Civil segue para elucidar melhor os fatos dessa ocorrência. “É muito cedo para dizer quem realmente fez as torturas. Pelo que estamos entendendo, os três tiveram participação, ainda que mínima para conter, para amordaçar, para ameaçar, para constranger. Teve um deles, o empresário determinou como tudo ocorreria e era a pessoa mais interessada em saber quem teria subtraído o bem dele. É ele, no nosso entender, o cabeça desse crime que a gente presenciou. O crime ocorreu na madrugada de ontem para hoje e está muito cedo para encerrar as investigações”, conclui. Além dos presos, a Polícia Civil também arrecadou materiais como espingarda, facão, cordas e algemas, fruto do trabalho de inquérito iniciado após o ocorrido.

Foto: Diário Sintonia

Outras Notícias